sábado, 29 de maio de 2010

Os sinos sempre me deixam

Eu sento cansada do dia de hoje e em seguida deito meu corpo no chão, com os olhos fechados. O vento corre por mim e pelos sinos. Os sinos soam, e deixam-me ser. Deixam-me ser livre, deixam-me ser simples, deixam-me ser eu.


Pisco os olhos, e, por impulso, abro-os de novo em uma sensação de ter visto algo incomum. Vejo céu, vejo estrelas, vejo sonho. Mergulho no infinito escuro com pontinhos de estrelas que fazem meus olhos brilhar, com um vento que me arrasta e me faz voar, com sinos que sussurram sorrisos ao pé do meu ouvido. Posso sentir o gosto do alto, posso sentir o cheiro do utópico, sou tomada pela deliciosa sensação do impossível, me encho de mim mesma e permito meu corpo agir conforme sua vontade. Levanto-me e danço sob as estrelas, bailo ao soar dos sinos, sinto você aqui e sorrio.


O céu clareia, o infinito ganha cor e meu corpo ganha peso. Eu me deito novamente e fecho os olhos devagar. O sorriso fica, o vento passa. E os sinos? Ah, os sinos sempre me deixam. Me deixam com saudade, me deixam com vontade. Mas eles voltam, eles voltam com o vento trazendo o infinito pra mim, trazendo um sonho pra nós dois.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Por quem mais eu o faria?

Eu me faço de forte. Eu finjo ser fria, eu finjo ser seca enquanto o sangue quente escorre e dança na faca que foi cravada em meu peito. Um sorriso amarelo no lugar das lágrimas que por orgulho eu não deixo cair. Está doendo agora, mas não vou deixar isso me parar.

Pra sempre? Não, eu não sei se existe, mas eu acreditei. Eu acreditei em você, acreditei em mim, acreditei em nós. Doce ilusão que o veneno da dor amarga agora. Você foi cada sorriso, você foi cada pensamento, você foi cada dia feliz. Agora, toma-os de volta pra você como em um carrossel em que não consigo parar de rodar. Estou enjoada. Me sinto mal, meu estômago dói. Dói de dor, dói de raiva, dói de fome. Fome de você, vontade de devorar-te, triturando-o em milimétricos pedacinhos, de forma que estejas sempre comigo.

Não, não é culpa sua. Não sei se é culpa minha. Não sei se há culpa. Sei que há dor, há saudade e há, acima de tudo, um amor inesgotável e indestrutível por você.