quarta-feira, 28 de julho de 2010

Flores, ainda que de plástico, morrem. Amores, mas somente os verdadeiros, renascem!

Eu olho mais uma vez seus olhos, olho uma última vez para seus olhos verdes. Eu sei que estou morrendo, não há nada a fazer. Meus olhos escuros se enchem de lágrimas e brilham, neles nascem pontos de luz, estrelas explodem nestas doces íris e um sorriso eclode no meu rosto. Minha mão aperta a sua com a pouca força que me resta. Mãos frias, trêmulas, mãos molhadas e a culpa é toda sua. Eu estou morrendo, estou morrendo por você - e estamos tão felizes por isso. Estou morrendo para que, enfim, possamos viver.

Não consigo acreditar no que está acontecendo e, enquanto sou tomada pela singela alegria daquela morte, meus olhos se fecham e fazem a lágrima salgada escorrer no meu rosto. Está feito, eu morri. Eu morri para nascer de novo, eu nasci pra você, eu te disse sim, meu amor. Eu desisti de tudo que eu era, eu desisti de tudo que eu pensei um dia ser, eu morri para nascer apenas pra você, para nascer do seu amor, do nosso amor. Abro os olhos e vejo teus olhos ainda mais claros, umedecidos pela mesma alegria que toma conta de mim. Já não somos quem éramos antes, já não somos duas pessoas e tampouco uma só. Somos amor, e é ele que nos rege agora, ele quem nos regerá pra sempre. Seremos escravos do amor porque fomos libertos por ele, fomos libertos dos nossos medos, dos nossos escudos, somos livres para amar, e o amor é tudo o que nós precisaremos.

Meus olhos agora estão perdidos nesta enorme montanha coberta de grama fresca que são teus olhos. Tuas lágrimas tornam-se orvalho sobre a grama tão bem cuidada, faz dos teus olhos espelho para o meu e através dele, eu posso me ver, e me vendo, eu vejo a você. refletimos um ao outro, transparecemos a certeza que há entre nós, a certeza que nem milhares de montanhas, como essa dos teus olhos, poderão nos separar. Nem montanhas, nem outros olhos, nem lágrimas, nem milhões de lágrimas, porque, por mais salgadas que sejam, nossas lágrimas serão sempre doces e regarão nosso amor, nosso tão amado amor. E como uma criança que nasceu a pouco tempo, assim como nós acabamos de renascer, nós aprenderemos juntos, aprenderemos a falar um com o outro, aprenderemos a caminhar juntos, aprenderemos como lidar com situações tão novas para nós, aprenderemos a ser independentes, mas sem deixar de depender um do outro. Morremos para nunca mais vivermos um sem o outro, porque viver sem você, seria para mim a morte!

terça-feira, 13 de julho de 2010

logo eu, que tanto falei do amor..

Eu não vou abrir os olhos. Não enquanto você desaparecer quando eu o faço. Vou continuar com eles bem cerrados apertando bem forte essa almofada meio vazia e imaginando que estou deitada no seu colo e você faz carinho no meu rosto enquanto olha pra mim. Talvez você me aperte uma bochecha e me faça rir. Ou talvez aperte os cravinhos no meu rosto e nós façamos caretas. Vamos sorrir e depois nos beijar.

Ainda sinto seu cheiro, e você sabe que ele é meu preferido. Ainda sinto seu gosto, e você sabe que é só ele que quero sentir. Porque você foi embora? Estou de mal com os ventos que te levaram de mim, sejam eles periódicos, alíseos, monções...Pra mim foi um ciclone, um tornado que destruiu minha estrutura e me deixou perdida, sem saber o que fazer. Ele veio rápido e voraz, sem chuva, só lágrimas. Meu sol é seu sorriso e o tornado levou embora, levou pra longe.

Pacientemente espero você de volta, espero a brisa que foi te buscar e vai lhe trazer pra mim. Ela chega de mansinho e passa pelo meu rosto como um beijo, sua voz vem como os sinos que docemente bailam enquanto o vento corre por entre badaladas. Quanto tempo isso vai demorar? Promete-me que não demora, e eu espero toda a eternidade. Espero-te de olhos fechados, espero que venha abri-los novamente e assim eu possa ver toda a esperança que os bons ventos nos trarão. Então te abraçarei apertado, e vamos provar mais uma vez que nem a união de todos os ciclones existentes poderia nos separar. Eu juro.