domingo, 30 de agosto de 2009

uma caixinha de fósforo na festa junina.

Mordi forte aquela fruta proibida. Na verdade não sei porque mordi se a vontade nunca me tentou. Me tentava mesmo era o saber de que era proibida e aquela cor vermelha que,ao mesmo tempo que não fazia sentido,me explicava tudo. Eu agora detinha o conhecimento: já não me importava se era proibida,agora apenas contemplo com beleza e harmonia a bela maçã do amor.

Por: Dayana Nóbrega e Rafael Infante.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Sem máscaras.

Sim, hoje a Dayana vai deixar suas historinhas de lado e vai falar por ela mesmo. Estranho como temos medo de ser feliz, não é mesmo? Estranho como perdemos chances de conhecermos grandes pessoas, de fazermos grandes coisas e de sermos tão felizes, por medo. Quantas vezes você não fugiu, ignorou alguma coisa, alguém por medo. Medo de que? Medo de quem? Se você seguir o caminho feito antes, você só vai passar por onde já passaram, descobrir o que já descobriram... Não sei bem como explicar isso, mas me assusta um pouco essa coisa das pessoas terem medo de ser feliz.

Eu acho que temos que aproveitar nossa vida ao máximo, nós não sabemos até quando estaremos aqui. Não pense tanto na consequência, se você quer mesmo, faça-o. Se não der certo, você tentou. O que não dá é passar o resto da vida se privando de tentar coisas novas por medo de não ser bom, não ser certo, não ser como você espera.

Não vou me estender muito, só postei hoje porque tenho mesmo percebido isso. Eu, particularmente, sou feita de sonhos, sou movida pela vontade de conquistar coisas novas, pessoas novas, não tenho lugar para o medo. Gostaria que com você não fosse diferente.

por: Dayana Nóbrega

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

antes que escureça

Era como se quando ele me beijasse, transpusesse seu veneno licoroso para minha corrente sanguínea que o espalhava, por intermédio de cada veia, por todo o meu corpo. Ele é meu veneno e preciso achar um antídoto. Não preciso fechar os olhos para sentir sua mão no meu cabelo, sua boca no meu pescoço e suas palavras no meu ouvido. Eu mordo os lábios lembrando da sua pele quente em contato com a minha, talvez saíssem fagulhas daquele atrito. Não me preocupei em ver.

Marcas de beijos, marcas de unhas, marcas no corpo, marcas na lembrança. Estou viciada em você, estou viciada na sua voz, no seu poder de me causar quimeras, sinto falta do seu sorriso que sugeria coisas sem precisar usar palavras, dos seus olhos que me diziam coisas sem precisar usar palavras, sinto falta de tantas outras coisas as quais não precisamos usar palavras. Sinto falta de conversar contigo. Sinto falta de te contar sobre o meu dia,sinto falta de ouvir sobre o seu dia, sinto falta de passar o dia contigo.

Se você disser que não demora, eu tenho a vida toda para te esperar. Então te apressa que meu apreço faz com que te espere na janela, te apressa para que chegues antes que escureça.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Pra você.

Era uma noite fria e as estrelas pareciam detritos flutuantes de uma geada. Peguei o violão, sentei-me na varanda e comecei a fazer uma música para você: acordes fáceis embalavam rimas pobres. Arrisquei um solo de uma corda só, mas tive que tirá-lo porque não consegui ensaiá-lo o suficiente. Escrevi sobre seus olhos, seu sorriso e como eu me sentia bem com você. Droga, sobre isso todo mundo escreve. Amassei a folha de papel e comecei em uma outra página. Escrevi sobre nossas brigas, sobre minhas lágrimas e sobre a dor de amar. Lá se foi minha contribuição para o desmatamento, mais uma folha para o lixo. Definitivamente, música não era o meu forte. Estava frio, eu entrei para guardar o violão e aproveitei para pegar um casaco. Casaco? Bem, isso me lembra nosso primeiro beijo. Resolvi escrever uma carta para você. Mas não sabia o que falar. Sobre seus olhos, seu sorriso e como eu me sentia bem com você? Sobre nossas brigas, sobre minhas lágrimas e sobre a dor de amar? Eu não era criativo o suficiente, carta não era uma boa idéia. Um desenho, que tal um desenho? Seria ótimo se eu fosse um bom desenhista, ou se eu soubesse desenhar algo além de uma praia com um sol, um barquinho uma ilha e um coqueiro. Ah, eu posso pôr umas gaivotas no céu também. Mesmo assim, isso não diria nada.

A verdade é que eu não escrevo bem, eu não desenho bem, não sou bom músico. Ah, menina, não sei o que posso fazer por você. Eu queria poder lhe dizer tudo o que ando sentindo, eu queria poder lhe explicar o que sinto quando vejo seu cabelo dourado de sol, quando vejo seus olhos de café ou seu sorriso colossal. Sinto muito, mas não consigo se quer falar do cabelo dourado de tinta, dos olhos de pântano e seu sorriso irônico. Eu sinto muito, mas da minha flor preferida te tornastes minha flor cadáver, aquela que eu cuidei com carinho, aquela que eu tanto amei agora cresceu e apunhalou-me pela frente. Não passei a duvidar do amor, doçura, passei a duvidar da capacidade do ser humano de amar.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

O oposto atrai o ideal.

Um vestido branco que bailava junto ao vento, os cabelos dourados modelados até a cintura, movimentos delicados e olhar receoso sempre voltado para baixo. Pelas terras por onde ela passava com seus pés descalços, nasciam flores e, quando chorava, suas límpidas lágrimas regavam-nas dando-as vida. Essa não era ela. Ela usava uma calça jeans, cabelo tingido e irregular pouco abaixo do ombro e olhar sinuoso. Calcava os pés cansados calçados em um salto alto pelo chão sujo, no asfalto quente e, quando chorava, as lágrimas escuras borravam sua maquiagem mal feita. Vê-la me acalmava muito mais do que ver a moça do vestido branco. Tinha aproximadamente dezessete anos e, embora para as pessoas fosse o retrato da perdição juvenil, eu podia ver nela algo mais.

Ela estava sentada olhando a praia. Eu não sabia se era o início do seu dia ou o fim da sua noite, não sabia se ela ia dormir linda ou se acordava maravilhosamente bonita. Eu sabia que, por mais que estivesse incrivelmente linda, ela estava incrivelmente irritada. Eu me sentei ao lado dela e não disse nada. Podia ouvir a música alta do seu ipod. Tentei por uns minutos identificá-las, mas logo desisti, aquelas músicas não faziam o meu tipo. Já ela...

Demorou coisa de dez minutos para ela me notar e, quando percebeu que eu estava ali somente por sua causa, fixou os olhos nos meus por menos dois segundos e devolveu-os ao mar. Ela olhava como quem vê sua alma pelos olhos, ela olhava como quem desvenda teus segredos sem precisar te conhecer. Mas eu precisava a conhecer, eu estava entregue à aquele mistério, eu estava entregue à ela. Permaneci sentado. Ela virou o rosto furiosamente e fitou os olhos em mim e, quando esperava que ela levantasse e me deixasse sozinho, ela me ofereceu o seu fone direito erguendo as sobrancelhas. Não peguei o fone e perguntei seu nome já ciente que não receberia a resposta. Ela pôs o fone no ouvido, abaixou as sobrancelhas e voltou a olhar para o vai e vem das ondas. Alguns minutos depois, ainda olhando para frente, ela disse ‘Sara’ e olhou-me, com projeto de sorriso no rosto. Foi o sorriso mais lindo que já recebi. A maresia sempre me lembra o cheiro do seu pescoço, músicas do Queen sempre me lembram daquela manhã que se estendeu até a noite.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Elas são só folhas amareladas

Peguei aquela resma de folhas amareladas,risquei um fósforo solitário na caixa e comecei a aquecê-las. enquanto o fogo as consumia eu me lembrava do quanto aqueles pequenos pedaços de papel me fizeram feliz um dia,o quão importante elas já foram para mim. E agora? São só folhas amareladas que parecem gritar socorro. Socorro? Por estarem sendo aquecidas? Elas não sabem o quanto eu quis isso,o quanto eu quis que o teu calor me aquecesse,só mais uma vez.

Sabe,me doeu muito ver você com ela,ver você com quem você sempre amou. Eu queria estar no lugar dela,eu queria estar no seu lugar,eu queria estar com quem eu amo,eu queria estar contigo. Eu fiz tudo o que eu podia para te ganhar. E o que eu não podia,eu fiz também. Você está feliz,eu deveria estar também. Senão por mim,por vocês,por você. A gente é tão diferente e tão igual ao mesmo tempo,não é mesmo? Sempre disseram que você não era pra mim,mas a gente sempre se deu tão bem. Eu acho que aprendi a gostar de você bem assim como você é,eu aprendi a te aceitar,porque eu te amo,eu sempre te amei,eu sempre vou te amar. Hoje eu concordo com eles,também acho que você não me merece,mas eu te quero mesmo assim e enfrentaria tudo de novo,e quantas vezes preciso fosse,por você,por nós dois.


Não posso pedir pra você não me ligar,você nunca ligou mesmo. Não posso pedir pra você sumir da minha vida porque não sei se um dia você realmente se deu conta que entrou nela. Não posso pedir meu coração de volta,porque você ainda não entendeu que ele está contigo é só seu quer você queira,quer não. O fogo que ardia em nós se apagou e do nosso amor só restaram cinzas,assim como estas folhas. Para mim,ver o amor acabar-se aos poucos foi a cremação mais dolorosa,ver a brasa que nos consumia apagar-se e não poder reacendê-la fez com que me sentisse incapaz. Ainda não consegui queimar nossas recordações,nossos momentos,nossos sorrisos,nossas conquistas. Queimei as cartas,mas elas são só folhas amareladas que já perderam as forças e já não podem sequer sussurrar.