quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Que não se cale, o nosso silêncio.

Cristais de poeira atravessam o espaço que separa nossos íris, nunca antes tão distantes. Olho-o até o mais fundo que posso, atravesso todos os traços pretos neles... Preciso ver seu coração! Preciso ver e senti-lo batendo junto ao meu em um abraço apertado. Preciso do teu colo, dos nossos corpos disputando o mesmo espaço na horizontal. Preciso do teu queixo arranhando meu pescoço, fazendo meus dentes arranharem-se num sorriso de cerrar os olhos e respirar fundo.

Quero mãos dadas. Quero mãos dadas, encaixadas, apertadas contra o cinto, contra o centro. Quero mãos que afaste de nós isso tudo que nunca foi nosso, isso não nos pertence. Assopra, assopra forte e manda embora esse ar pesado que nos rodeia e nos afasta. Chama aquela brisa circular que nos unia cada vez mais perto, como uma corda que ia apertando ate sermos só nós dois.

Não quero ser querida, quero mais que seu querer, eu quero amor. Não o seu, o nosso. Dói-me esse silencio teu, gosto mais do silêncio nosso, aquele dos nossos sorrisos bobos que nada falam ao ouvido, mas gritam ao coração.

Quero segredos. Segredos só nossos, segredos que a intimidade nos confiou, coisas que nunca falávamos para ninguém, nem para nós mesmos, coisas que só nós poderíamos entender. Quero dias, noites, tardes, cedos, sonhos. Quero realizá-los. Quero o futuro que é só nosso, o futuro que existe, que sempre existiu e que tanto demoramos pra ver. Não, não solta minha mão que tudo se perde pelo ar e o vento leva embora. Pode apertá-la forte, eu garanto que não nos escorrerão pelos dedos as coisas boas. Não precisa vir, meu amor, você sempre esteve aqui. Mas, por favor, não vá embora. Por favor, repito cada vez mais forte, cada vez mais baixo, por favor, por favor, por favor...

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Pelo tempo que for infinito

Fecho os olhos para ver nosso mundo e encontrar você, que tanto me faz falta. O vento frio beija-me o rosto e sinto o cheiro que só poderia vir de você. Sorrio. Ouço a nossa canção e me ponho a dançar, mãos correndo pelo corpo e eu bailo junto ao vento que agora, além de beijos no rosto, vem, sereno, acariciar meus cabelos. Não abra os olhos, menina, o mundo é tão mais lindo dentro da gente!

Um infinito de grama verde serve de cenário para que eu perceba como brilham nossos olhos enquanto corremos para encontrarmo-nos. Eu salto no seu colo, você baila comigo e eu entendo como você faz, então, meu mundo girar. Girávamos e gargalhávamos, entendíamos um ao outro sem nada dizer. Nada de me por no chão, menino dos meus olhos, dá-me tua mão e te faço voar. Venha, aprendi com as milhares de borboletas do meu estômago, e deve ser por isso que me agito com elas, sempre que estou feliz. Venha, meu anjo, vamos provar às estrelas que nossos olhos brilham muito mais um pelo outro que todas elas juntas, vamos mostrar aos astros que jamais escreveriam história linda como a nossa, vamos mostrar ao infinito que nosso limite está muito além dele,está onde a gente quiser.

Abro os olhos. A praça está lá, suja e com a grama maltratada. É dia, não há estrelas e eu jamais alcançaria altura como a daquele pássaro, se não estivesse naquele avião. Os gritos dos jogadores de futebol do campinho de terra se misturam com o dos carros da avenida, bem ao longe. Seu silêncio é o que fala mais alto pra mim. Ainda assim, posso sentir, ainda que bem suave, o cheiro que ninguém além de você poderia ter. Sorrio. Tão bom saber que, mesmo quando preciso por os pés no chão, eu tenho você refletido nos olhos e entrelaçado na mão. Tão bom perceber que a realidade se tornou um sonho, quando encontrei você, e que agora eu não preciso fechar os olhos e ir ao céu, porque o paraíso já veio até mim, assim mesmo, tão imperfeito e tão real, mais belo que qualquer outra coisa no mundo, como eu nunca sonhei e como eu sempre quis. Fazendo-me mais feliz que qualquer outro sonho, qualquer outro céu e qualquer outro mundo. Tudo por ter um só sorriso, o seu, que desperta o meu e desperta sonhos dos quais não preciso despertar, apenas viver um a um junto a ti, com carinho, com cuidado, até os confins da Terra ou enquanto nosso infinito resistir aos fins dela.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Aurora de outrora, de agora e de enquanto eu puder rimar.

Gotas de luz caem do céu e se desmancham geladas no vidro da janela. Coberta até a cintura, agarro-me a pêlos que não são seus. Sinto meu coração bater como se quisesse vir pra fora do corpo, como se o real estivesse encantado pelo lúdico, como se meu músculo e essa almofada que eu aperto com força, ambos chamados pelo mesmo nome, houvessem roubado de seus donos a vontade de estar perto um do outro.

Roube-me também o medo. O medo do acaso, do destino, do imprevisto e do que já estava escrito. Roube-me as incertezas, inseguranças e insuficiência. Vamos, leva essa sensação de um corpo inteiro pulsando, como se a cada batida deste coração afoito fosse um passo mais perto do seu dono. Bombeia o sangue, bombeia o santo, ora pra hora passar e o agora ser logo o depois. Pede pros olhos não fecharem, os sorrisos não molhares e as lágrimas não tornarem tudo mais difícil pra nós dois. Reza e tenha zelo pra não permitir que o desespero estrague nosso mundo que inteiro, o nosso que só a cabe a nós dois. Grita pela segurança, por um colo, lembra que a esperança é a última a morrer. Renda-se! Engula o orgulho e a vontade de ser maior, aceita que junto é bem melhor e sem você não sei viver.

Fecha teus olhos, sonha com o nosso amanhã quem vem chegando depressa, sonha com o dia em que nada mais impeça nossas mãos de se unirem a bailar no vento, ora pelo momento em que não haverá segredos entre nem a volta da gente. Pede em todos os dias que só por hoje ainda nos haja o amor, o respeito e a vontade de fazer o outro feliz. Pede o pão de cada dia, o sorriso de cada alegria, a eternidade para nós dois. Agradeça, pois fomos escutados, temos um ao outro ao lado e entendemos que é, no fundo, o detalhe que nos faltava para experimentarmos como é ser feliz.

domingo, 12 de junho de 2011

serena a sonhar no sereno.

O sereno caindo frio lá fora e eu caída no chão, guiada por um coração bem quente aqui dentro. Abraço forte o travesseiro e olho fecho os olhos, começo a lembrar de tudo que já passamos, desde aquela primeira conversa, desde aquela primeira noite quente na praça, a praça que tanto conhecemos, foi o cenário onde, enfim, nos conhecíamos pessoalmente. Lembro de como estávamos contidos e no rumo o qual as coisas foram tomando. Eu lembro a sutil forma a qual te ofereci uma bebida e como aos poucos fomos ficando confortáveis em casa, na minha casa, no primeiro indício do nosso mundo.


Lembro dos encontros casuais nas tardes e inícios da noite, e de como conversávamos sobre tudo. Lembro de almoçar sorvete só pra passar todo o meu horário de almoço com você, sentados à mesa daquele shopping, ouvindo suas confissões, sua voz soando como música aos meus ouvidos. Lembro do jogo de dama e do cd com música que nenhum de nós ouviria, mas se tornou motivo para nos encontrarmos também. Ainda com os olhos fechados, sinto meu rosto enrugar porque eu sorrio lembrando de como eu confio em você. Lembro de como fomos acostumando-nos um com o outro, e como foi necessário que nossos encontros se tornassem cada vez mais constantes. Eu me lembro do seu sorriso, de como gostei dele desde o primeiro dia. Lembro dos seus olhos, de como você me olha, de como eu sei que eles falam mil coisas que eu não posso ouvir, de como eu queria poder entendê-los porque acredito que eles sejam a voz do teu coração. Lembro que através dele você sempre me contou segredos, segredos que as palavras não podem traduzir, mas o coração sabe entender. E que coração você tem, não é? Aperto o travesseiro mais forte quando lembro os teus mimos, de quando diz que eu estou bonita ou de quando diz que estava com saudades. Como nos aproximamos tanto tão rápido? Eu sinto que posso falar de tudo com você, até gosto de ouvir seus problemas, suas dores e suas gargalhadas -que me fazem querer te guardar em um potinho etiquetado como felicidade, e não te deixar ir embora nunca mais.


Começo a pensar o que você representa pra mim, e vejo que você representa muito mais do que lembranças que me aparecem quando fecho os olhos de saudade no sereno frio de uma quinta-feira solitária. Abro meus os olhos cor de café iluminados pela lua, e me sinto respondida: eu não preciso de muito seu, você é pra mim todos os pequeninos detalhes capazes de fazer tudo ser mais bonito, assim como são as estrelas brilhantes no céu da noite escura. Você é pra mim o calor de um abraço de despedida, o entendimento de um olhar sem palavras, o conforto de um colo e um carinho sem muito jeito, um cheiro no pescoço, um cafuné, você é cada beijo dado que eu recebo como um presente, nossas mãos que só se unem para atravessar a rua correndo e logo se separam, mas se encaixam perfeitamente. Também como as estrelas, embora pareçam ser todos os mesmos espalhados por um céu infinito, cada detalhe desses tem um brilho especial e constrói algo admirável, como o céu, constrói você pra mim, constrói você de um jeito que só eu sei ver e ninguém jamais vai entender ou sentir, pode ter certeza. Você é fogo que me aquece no frio e você é brisa que sopra leve e acalma meu coração, você é desejo e você é serenidade, e sob esse sereno eu junto as mãos e faço uma oração, eu peço à Deus que ele te mantenha presente no meu sorriso, no brilho dos meus olhos e na alegria do meus dias, porque você é o culpado por tudo isso e talvez nem saiba, ou talvez você não tenha um coração tão ardente quanto o meu, que é capaz de aquecer minha esperança nessa noite fria -e em quantas outras ainda tiverem por vir, a esperança de continuar morrendo de amor, mas poder enfim vive-lo com você.

sábado, 2 de abril de 2011

Any land can become Ourland.

Sorrisos contidos, sensações incontáveis: eu me sinto uma adolescente quando estou com você. Sinto frio na ponta dos dedos e do nariz, e milhões de borboletas agitadas habitam o jardim do meu estômago, o qual eu rego com álcool na tentativa de conter toda essa agitação causada por você.

Quero tomá-lo pela mão e te levar para algum lugar, te levar para o nosso lugar. Quero fugir com você para um lugar sem medo, onde eu possa decifrar todos seus olhares perdidos, onde possamos compartilhar sorrisos que já não precisarão ser contidos, sorrisos que se tornarão longas gargalhadas de doer a barriga e perder o ar. Quero sentir seu abraço por mais tempo, quero saber o que você sente. Quero deitar no seu peito e ouvir seu coração, torcendo para que bata tão rápido quanto o meu, quando estou com você. Quero que não se importe em entender, que não se importe em julgar, mas que apenas viva e deixe isso viver. Quero que sinta o sabor e a beleza de cada coisa, quero que veja o esplendor dos detalhes e como você fica charmoso quando fica sem graça ou confuso.

Quero esquecer quem nós somos, o que nos temos, quero que acredite que não precisamos ter muitas coisas, no momento que somos só nós dois. Quero te trancar nesse mundo de liberdade, onde só somos, fazemos e temos o que queremos, sem ninguém para atrapalhar ou opinar. Eu quero ganhar sua confiança e te fazer perder essa proteção e esse desconforto de estar comigo. Quero ser um refúgio, quero ser onde você fica bem, quero te dar o colo que eu acredito você precisa. Quero te dar tudo, sem ganhar nada em troca, porque isso me deixa feliz, e eu nem sei por quê.

Quero aproveitar todo o tempo que temos, eu quero te fazer ser feliz de verdade, até que você tenha que ir embora. E então, eu te deixarei ir, porque sei que voltará quando quiser ser feliz novamente. Mas é apenas meu querer, e eu não posso nem ao menos descobrir esse lugar com você, porque se lhe tomasse pela mão, sentiria como estão trêmulas e geladas e talvez percebesse que você significa alguma coisa pra mim.

quinta-feira, 17 de março de 2011

presos ao ar livre.

Dois olhares cruzados, meia dúzia de palavras soltas e, pronto, eu já passo o dia todo pensando em você. Dois minutos de atenção, algumas risadas nada espontâneas e, pronto, estou me corroendo pra não pedir seu telefone. Um elogio e o cheiro de um mínimo interesse e, pronto, eu já estou escrevendo sobre você. O que me encanta em você é o impossível, é não poder acontecer. Foi o que me chamou a minha atenção desde a primeira vez que te vi, o impossível que você transparece, o proibido.


Meus sorrisos do canto de boca e meus olhares poucos discretos não fizeram com que me percebesse, então eu perdi meus olhos de você e pus cadeado nos meus sorrisos. Mas somente até quando meus olhos perdidos se depararam com os seus que pareciam ter se encontrado no meu e ali repousado. Entreolhamos-nos e percebemos que ambos estávamos contendo aquele sorriso, ambos havíamos trancado-os depois daquele dia.Embora fosse explícita a intensidade daquela simples troca de olhares, havia nele um fio de desesperança, visto que nunca havíamos de vera nos pertencido. Segurei a mão que não era tua e respirei fundo, dividindo o mesmo ar pesado contigo e tantas pessoas a nossa volta, enquanto nos separávamos ao tempo dos passos.


Naquele momento, não importava se não sabia seu nome, eu conheci seu coração através de seus olhos, em meio ao fluxo de carros, ao fluxo de gente e de sons, havia um fluxo de energia e sentimentos, havia uma troca entre nós. Uma troca de intenções pelo olhar, sem o uso de palavras ou gestos. Estávamos estáticos, nos entendendo perfeitamente: desejávamos um ao outro.


Hoje eu fecho os olhos e vejo os seus fitando-me como naquele dia e fico pensando como posso ter tanta certeza e tanta dúvida sobre um momento tão rápido, mesmo que tão intenso. Como posso estar certa que a recíproca foi verdadeira? Nós mentimos, olhos não. E coração, mente? Coração não nos engana, não nos deixa cego? Então como pude ver-te tão claramente? Mais triste que a incerteza é não ter nada pra me recordar de ti, se não esse mesmo ar que me prende à vida, aquele mesmo ar que compartilhamos e por isso me prende a você.

domingo, 30 de janeiro de 2011

nota: não esquecer de deixar as chaves

Meio copo e dois cubos de gelo, é sempre assim. Minha música do amor não soa tão doce esta noite. Nada é doce esta noite, nem mesmo o último pedaço de doce que eu guardava durante algumas semana na geladeira. A noite é quente, mas o céu não tem estrelas, teus olhos roubam todas. Ah, teus olhos... Como me encantam, como me instigam, como me devoram em segundos e depois se perdem na multidão. Ah, mas que danados são esses olhos que me fazem acreditar em você. Não mais.

O gelo derrete e deixa minha bebida aguada, assim como minha vida. Mas isso vai mudar, porque eu vou pegar toda essa água e tomar um banho, pegar toda essa amargura e me por de luto, vou usar um vestido preto e sair por aí, procurar uma bebida, um limão e uma pitada de sal que precisem de uma companheira. Vou conhecer gente nova, vou encontrar gente velha, vou dar adeus aos meus medos e paradigmas, esta noite eu vou voar. Ah, eu posso voar tão alto e encontrar estrelas tão mais brilhantes, que estas nos teus olhos vão deslizar pelo canto do teu rosto junto com o gosto da sua boca e cair no chão. Vão lavar a rua, alimentar tua culpa e tua solidão. Vão ser frias como tuas mãos, mas não te preocupes que secarão rápido como teu carinho.

Não espere que eu faça isso pra esquecer-me de você. Eu faço isso pra lembrar-me de mim, pra lembrar que eu não preciso me esquecer de nós se você não se lembra de mim por nem ao menos me conhecer. Eu só preciso lembrar de deixar a chave no esconderijo para empregada, porque hoje eu não sei se eu durmo em casa. Aliás, eu não sei nem se durmo. Até nunca mais, não foi bom conhecer você.

amor doce

O céu estava bem escuro, mas as estrelas brilhavam tanto que era admissível o uso de óculos escuros, só para não ser seduzido e se ver apaixonado por aquela obra de arte com tempo limitado que se tornara o céu naquela noite. Eu sempre achei que esse havia sido o grande dia da minha vida. Não, este foi um pouco mais cedo, no dia anterior, quando as nuvens pareciam bolhas de plástico naquela piscina azul infinita que chamam de céu, estava tanto calor que eu torcia para que uma dessas bolhas estourasse e caíssem gotas de sorvete de creme. Sim, este foi um dia incrível.

Quando eu te vi, a maçã do amor do meu rosto ficou mais rosa que a blusa que eu estava usando, aquela que mais me fazia parecer uma cereja em calda com tanto calor. Um sorriso desajeitado de ambas as partes e um encantamento certamente predestinado de longa data. Eu não percebi e não me importei, deixei aquilo ser sufocado pela euforia da noite.

Com o tempo fui ficando menos rosa e mais encantada. A diferença me atraía de forma ímpar e não nos fazia divergir, mas sim conhecer outro lado. Junto a isso, nossas semelhanças apertavam mais o nó de uma corda a qual já nos havia envolvido fazendo com que não pudéssemos mais nos separar – como se quiséssemos. Olhares e sorrisos roubavam o lugar das palavras, a intimidade invadia nossa instantânea e duradoura relação e nos trazia o conforto e a segurança no outro.

Ah, pequeno amor, porque fostes embora? Porque me deixastes sozinha na escuridão da noite que caiu depois das nossas tardes de céu de morango. Porque amargastes minhas noites com gostos de chocolate? Se ao menos pudesse ver-te uma última vez para dizer-lhe que aquela ferramenta afiada só serviu pra cortar todo fio de maldade e tecer sonhos, mas jamais pra me afastar do bem que você faz. Batem a porta, eu preciso ver quem é. Se leres isto, guarda-me como um sonho bom, ou vem logo viver esse sonho comigo.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

408 verdades

Eu sorrio para o mundo, porque não posso sorrir pra você. Não posso porque você finge não ligar pro meu sorriso e insiste em repetir milhões de vezes para si que isso que você sente não é legal, esse não é você, não pode ser. Não, não é você. Esses somos nós, e o nós simplesmente não existe. E como não vê isso? Como não vê se é tão claro que eu também não suporto isso tudo, eu não suporto você não perceber que eu suportaria você. Sim, eu suportaria você como você é, porque eu adoro você assim, querido, eu te adoro mais que você e seu cachorro.

Não há um nós, independente da nossa vontade ou da nossa permissão. Somos muito nós mesmos para sermos nós dois. Não é culpa minha, não é culpa sua, é culpa nossa. Isso sim é nosso, a culpa. Culpa de não fazer nada, mas morrer de vontade. Podemos não admitir, mas sabemos como nos sentimos um perto do outro, sabemos tudo que lembramos quando chegamos mais perto, sabemos que sentimos algo errado. Sabemos, isso é certo! Sabemos e não fazemos nada, porque não há nada a fazer. Então, meu amor, não faça nada, apenas não evite. Permita que isso seja amor, seja desejo ou seja o que for, permita que sobreviva, mesmo que com respiração lenta. Sinta minha respiração lenta. Sinta, meu amor, me sinta. Sinta que eu falo com você, sinta que eu falei com você esse tempo todo e nem por um segundo você sentiu meu hálito quente ao pé do ouvido.Ah, meu querido, se você soubesse como isso poderia dar certo. Vamos! Arrisque! Coragem! Não vê o quanto faço pra te mostrar que pode ser tão mais simples se nos rendermos, ainda que fingindo não nos importar? Não vê o quanto esperamos por isso? Não está provado que o tempo não o fará passar?

Abra mão do teu orgulho, largue de lado teu cuidado, ponha a cara no mundo, lance-se por inteiro, viva isso comigo, viva comigo, viva, deixe-nos viver. Não te peço tanto, não te peço amor, não peço compromisso, não te peço um filho ou um pedaço de terra pra morar. Eu te peço coragem e confiança. Confia em mim? Eu vou esperar, esperarei como uma criança espera por um brinquedo. Não precisa esperar minha aprovação, apenas faça, sem medo da minha reação, pois não passaremos disso: não passaremos de crianças, não passaremos de brinquedos.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Poesia registrada.

Pra fazer poesia não são preciso letras, é preciso alma. E isso essa imagem tem de sobra. Parabéns ao fotógrafo, @ZeeAugusto.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

uma pequena nota.

Tem vezes que nosso coração queima e tudo que sentimos é vazio,a voz cala e então a lágrima caí. Vez por hora somos capazes de soltar um grito, como uma faca que crava no peito e faz o sangue se unir as lágrimas. Dor, angústia... Você se sente incapaz. É o tipo de coisa que já deveria ter se acostumado a sentir.

Não erramos ao sonhar alto demais.. erramos a não criar suportes para que esses sonhos se sustentem. Temos mais que sonhar alto mesmo, querer sempre mais, ser sempre melhor. Mas não basta só querer, é preciso agir e mudar para que esse sonho não se dilua com a chuva e caia sobre sua cabeça. Sonhe sonhos inalcansáveis, mas crie pilares indestrutíveis abaixo destes sonhos ou a lágrimas e o sangue os levam na chuva da dor.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

entreolhares

*amores, agora o LemonDrops0 tem um player pra embalar a leitura de vocês. Sempre que houver um post novo, haverá também uma musiquinha nova que combine, pelo menos para mim, com o post. Sem mais e BOA LEITURA!

Dizem que os olhos são o espelho da alma, mas pra mim os olhos são os espelhos do mundo. Se não todos, pelo menos os olhos da minha menina.

A minha menina sorri com os olhos e, por isso, o mundo sorri para ela. Mas se o mundo se faz de teimoso, os olhos da minha menina escuressem, como café frio e amargo. A minha menina corre ao vento e o vento corre em seus cabelos. Tem desejos incontidos, desejos incontáveis, desejos até mesmo inconscientes. Minha menina tem os pés descalços, tem a roupa em trapos e a alma em chamas. Minha menina tem a vida inteira pela frente e a vida inteira como um muro na frente dela. Tem a vida cheia de partidas: partiu a mãe, o pai, e o irmão os moços levaram, sabe-se lá pra onde. Minha menina se sente sozinha, mas tem o mundo inteiro e o mundo inteira a tem. Ora, mas se é so mundo inteiro, a menina não pode ser mais só minha. O que será de mim sem minha menina? O que será da menina sem alguém pra lhe cuidar?

Pisco o olho, mudo o foco e sigo adiante. Desejo sorte para aquela pobre menina coberta por manchetes, desejo que ela seja feliz e que em meio a multidão do centro, um olhar, enfim, possa ve-la.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Brand new things.

É como se diz todo início de Janeiro: ano novo, vida nova. Estou trabalhando pra reformular o blog e meado ou fim do mês eu pretendo que ele esteja prontinho cheio de textos novos pra vocês.
Bom ano, sucesso e sonhos no coração de todos vocês!