Meus pés movimentavam-se conforme a música enquanto meus dedos bailavam sobre o teclado e eu pensava o que escrever. Eu olhava para o monitor e confiava que Deus olhava por mim. Fechei os olhos. Levantei para por mais água no girassol que iluminava o quarto e olhei pela janela. Estava chovendo. Não peguei a bolsa, não calcei o sapato, mas saí.
A chuva fria tocava minha pele e aquecia o coração, apagava os problemas. Eu corria, corria minha mão pelo meu cabelo molhado pesado e corria do comodismo tentando fugir da mesmice. Pulei a poça, me pendurei na árvore, dancei com o morador da rodoviária e ganhei um sorriso singelo de uma pequenina que a mãe arrastava pelo punho.
Cheguei em casa e me joguei na cama degustando minuciosamente o sabor da liberdade enquanto minha mãe emitia sons os quais não me preocupei em identificar. Abri os olhos e vi à minha frente a folha em branco do Word, o sol reinava absoluto lá fora e os sons que minha mãe emitia não eram tão estranhos, parecia meu nome.
Esse eu senti dentro da minha alma. O melhor.
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